O MUMO - Museu da Moda de Belo Horizonte apresenta a mostra “Alceu Penna – Inventando a Moda do Brasil”
A exposição “Alceu Penna –
Inventando a Moda do Brasil” reuniu personalidades da moda nacional e
familiares na prestigiada abertura, dia 10 de dezembro, no Museu da Moda de
Belo Horizonte, no qual estão expostos trabalhos criados por Alceu Penna ao
longo de sua carreira, com visitação gratuita que se estende até dia 7 de junho
de 2020.
A cerimônia, que foi conduzida
pela secretária municipal de Cultura, Fabíola Moulin, ocorreu no teatro do
museu, palco da roda de conversa sobre Alceu e a movimentação da moda, com
profissionais que atuam no segmento: Ana Hoffmann, professora da Universidade
Feevale; professora Gabriela Penna, sobrinha neta de Alceu; Luiza Penna de
Andrade, sobrinha de Alceu; diretor criativo do Minas Trend, Rogério Lima; e a
escritora Geanneti Tavares Salomon, mediadora do bate papo. Posteriormente, foi
servido um coquetel para os presentes.
A arquiteta e urbanista Luiza
Penna de Andrade, sobrinha de Alceu Penna, atuante na preservação e memória da
sua obra, assina a curadoria e direção da mostra, sendo que parte do acervo
exposto foi doado pela família ao MUMO.
O mineiro Alceu Penna, natural
da cidade de Curvelo é portador de extensa trajetória e considerado um ícone no
cenário brasileiro. Atuou nas áreas do design gráfico, jornalismo, ilustração,
figurino, estilismo, publicidade, cenografia, sendo o precursor do jornalismo
de moda no Brasil.
Mudou para o Rio de Janeiro em
1932 para estudar arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes – ENBA,
frequentando vários cursos de Belas Artes. Ficou famoso pela criação da seção
“As Garotas”, publicação semanal na revista O Cruzeiro, entre 1938 e 1964,
revolucionando a moda e o comportamento no país durante o período.
Maria Carolina Ladeira Dias,
coordenadora do MUMO, considerou: “Estamos num momento de celebração ao
apresentar definitivamente no museu a exposição de Alceu Penna, assim como
expor o importante acervo reunido pela da família Penna durantes anos. A mostra
é composta com obras de todas as épocas desse múltiplo artista cujos trabalhos
que retratam a moda genuinamente brasileira, valorizando a mesma e não somente
copiando o que viria de outros países. As Garotas do Alceu, trabalho composto
por inúmeras ilustrações idealizadas por ele, influenciou muitas mulheres, que
remetem a mulheres emancipadas, à frente do seu tempo e empoderadas. É uma
grande honra para nós fazer a salva guarda deste acervo no MUMO, que é o único
museu público de moda no Brasil. É um momento muito feliz para a moda e para
Belo Horizonte”.
Luiza Pena de Andrade
considerou: “Esse momento representa a realização de uma meta, de um sonho, de
uma missão. Temos uma memória muito boa de Alceu, pois ele era um ídolo
familiar, fazendo parte de nossa vida em todos os momentos festivos. Iniciei as
atividades relativas ao seu trabalho em 2014, visando comemorar o centenário de
seu aniversário e, com uma prima (de 2° grau), residente nos EUA, a designer
gráfica Inês Oliveira, elaboramos um livro de ARTE com suas ilustrações, que
será lançado em 2020. Conseguimos realizar uma exposição aqui no MUMO, “Alceu
PENNA é 100”, reunindo um grupo de sobrinhas-netas e minha irmã, Mariângela
Penna. Somos as derradeiras testemunhas do trabalho de Alceu, para quem ele
criou os últimos desenhos de vestidos de noiva”.
“A montagem no MUMO é a mais
abrangente da mostra de Alceu Pena e, embora sejam recriações, narram toda as
suas “fases de moda”, desde os anos 40, quando ele idealizava figurinos de
shows, de teatro e shows para os cassinos, quando ampliou seu amor pela moda.
Alceu viajou muito, foi para os EUA por conta própria e para a França, onde
morou. Fez amizade com os estilistas, frequentava os ateliês, as maisons, assistia
os desfiles, sendo grande admirador de Dior e muito amigo de Givenchy, assistia
desfiles privados e fotos para as colunas de moda que escrevia. Trazia tudo
para o Brasil, elogiando ou criticando os lançamentos, sempre com propriedade.
Foi um jornalista de moda, quando o título não existia, era chamado ainda de
correspondente”.
“Gostaria de salientar a
importância de trazer uma coleção do sul lindíssima, que inclui parte dos
figurinos dos shows, da Universidade FEEVALE, onde eu não imaginava que havia uma
pesquisa tão grande sobre a vida e a obra de Alceu Penna, na moda e no design.
E a alegria em realizar com o Ronaldo Fraga a coleção para o Minas Trend Verão
2019/20, a primeira exposição num evento comercial, muito apreciada e que
permaneceu pouco tempo, durante o evento. A mostra no Minas Trend, é completa,
abrangendo desde os anos 40 até os 70, dentre fantasias, figurinos, desenhos
das garotas, uma recriação dos alunos do Senai- Modatec, um leque muito amplo
de toda a obra de Alceu na Moda”.
“No salão nobre, no segundo
andar do MUMO, vislumbramos os figurinos originais criados por Alceu, alguns
confeccionados pela Thereza, sua irmã e colaboradora, uma exímia costureira.
Esta coleção eu resgatei diretamente do apartamento dele no Rio para a exposição
“Alceu Pena é 100!”, em 2015. Terminada a exposição, doei as mesmas para o
MUMO, para se tornar um acervo que hoje está sendo valorizadíssimo”.
“Ao trazer essa coleção para o
MUMO, ela ganha uma sobrevida tremenda, ficando exposta por seis meses, sendo
vista por milhares de pessoas. Estou muito emocionada com o valor que eles
deram para a coleção, que intuitivamente escolhi”, finaliza Luiza Penna.
O Museu da Moda (MUMO)
funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 21h, e aos sábado e domingo, das 10h
às 14h, na Rua da Bahia 1.149.
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